6. Reprodução dos M’bunas:
Existe um opinião comum no seio da aquariofilia: a reprodução dos M’bunas é muito fácil. Eles fazem parte das espécies que dão as primeiras vitórias de criadores aos iniciados em aquariofilia. Não nos podemos esquecer do entusiasmo e a alegria que tivemos quando tivemos as nossas primeiras crias, minúsculas a vaguearem pelo aquário.
Todos eles são incubadores bucais e todos se reproduzem da mesma forma, ou seja, todos acasalam da forma “posição em T” e todo o ritual que este tipo de acasalamento requer. A “posição em T” é alternada entre o macho e a fêmea.
A poligamia é uma regra absoluta nestas espécies, nunca há formação de casais e há sempre mais tolerância entre indivíduos de sexo oposto quando têm territórios próximos. O ritual antes do acasalamento só diz respeito ao macho, enquanto a incubação dos ovos e posterior protecção da prole cabe esta tarefa unicamente à fêmea.
Geralmente é possível apreciar certas diferenças no que respeita aos locais preferidos para o ritual de acasalamento. Algumas espécies preferem a postura nas cavidades entre as rochas, outras preferem fazê-lo sobre uma rocha plana, outras ainda poderão fazê-lo em rochas junto do substrato, fazem antes uma cova para a postura.
Os M’bunas são uns excelentes pais e que evoluíram no sentido de conseguirem com alguma astúcia proteger os seus filhos e terem sucesso na proliferação das suas espécies num ambiente tão austero e com vários predadores destes pequenos peixes.
No lago Malawi não vemos comportamentos tão variados de reprodução como no lago Tanganyika, onde desenvolveram comportamentos muito diferentes uns dos outros de modo a conseguirem a proliferação das espécies num habitat repleto de predadores.
Após o acasalamento, e após a fêmea ter já os ovos todos na cavidade bocal, procura uma cavidade entre a decoração e lá fica escondida e protegida dos ataques do macho. Esta fase de incubação dura geralmente 3 semanas, por vezes menos desde que a fêmea não sinta predadores por perto.
É sempre possível “pescar” a fêmea antes desta largar os alevins (2 semanas) e forçá-la a largas os seus filhos. A captura quase sempre se torna num processo bastante difícil e demorado. Nestes casos o método mais simples será retirar a decoração para facilitar o processo de captura e assim diminuirmos o stress que a fêmea vai sofrer. O espaço entre ninhadas da mesma fêmea anda em redor dos 2 meses, sem contar com o período de incubação.
Os alevins expulsos no aquário comunitário na sua generalidade serão considerados alimento pelos outros adultos, no entanto alguns deles escapam à depredação e depois de atingirem os 2 cm já serão bem suportados pelos adultos que praticamente os ignoram.
A manutenção dos pequenos peixes num aquário específico de crescimento, não representa qualquer tipo de dificuldade devido ao tamanho destes ser de aproximadamente 1 cm conseguindo comer comida em pó e artémia recém-eclodida.
Os jovens conseguirão atingir a sua maturidade sexual aos 7 meses aproximadamente. É preferível não deixar incubar as fêmeas muito cedo já que isso pode comprometer o seu crescimento, podendo atrofiá-las.
Note-se que para haver sucesso na reprodução devemos ter um macho de tamanho superior ao das fêmeas, caso contrário será difícil conseguir, pelo simples facto de a fêmea não aceitar um macho que não a consiga dominar. Por vezes acontece que temos uma fêmea mais velha num aquário entre outros da mesma espécies mais novos, ela neste caso dominará o aquário e terá comportamentos próximos dum macho dominante, impedindo os jovens machos de tentarem qualquer tipo de acasalamento.
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